A crise dos 40 não é um mito, conforme estudos científicos
- Nádia Rocha
- 4 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Sabe a famosa crise de meia-idade (que hoje é os 40-50)? O economista inglês David Blanchflower, professor da universidade Dartmouth College, provou que existe uma curva de felicidade em estudo publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA. Usando diferentes metodologias, a pesquisa mediu o bem-estar de pessoas em 132 países, conforme BBC (2020).

Parece algo um tanto óbvio, mas essa curva em "U" foi comprovada. Na adolescência, as pessoas se sentem melhor. Há um sentimento de infelicidade até o fim dos 40. A média de infelicidade em países desenvolvidos é aos 47,2 anos e nos subdesenvolvidos aos 48,2 anos. E, a partir daí, aos 50, as coisas tendem a melhorar consideravelmente.
Já o pesquisador norte-americano Jonathan Rauch, do centro de estudos Brookings Institution, em Washington, publicou o livro A curva da felicidade: por que a vida fica melhor depois da meia-idade (tradução livre). Por meio de entrevistas com especialistas de diversas áreas, Rauch detectou que nosso cérebro passa por uma transição: de excesso de ambições quando jovens a mais conexões pessoais à medida que o tempo passa. Contudo, é uma mudança que tem a crise desagradável pelos 40 anos.

Rauch explicou à BBC (2020) que, pelos 40, as pessoas geralmente se dão conta que tiveram expectativas demasiadas na adolescência e que talvez elas não se cumpram. Já, depois dos 50, os mais veteranos não têm mais essas expectativas nas costas e contam com mais experiência para lidar com essas emoções. Na mesma publicação, Blanchflower confirma que os macacos também apresentam essa curva de felicidade em U.
No Brasil, a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da UFRJ e que estuda o tema, confirmou em sua palestra ao TDX São Paulo (2018) que, segundo seus estudos, entre os 40 e 50 ano, as mulheres estão mais deprimidas e exaustas como nunca, sendo a fase de menor felicidade na vida.
A curva até tem uma lógica. Aos 40 anos, temos que lidar com os desafios da vida, para garantir uma outra metade mais tranquila, assim nos tornamos mais vulneráveis nessa época. Contudo essa experiência nos fornece embasamento para seguir adiante nas próxima décadas. Trata-se de um processo passar por isso e perceber que a felicidade não está em alcançar objetivos ambiciosos demais, mas chegarmos à nossa própria definição de felicidade.
Bora tornar essa fase mais leve então, 40+!
Referência:
BBC. Qual a idade em que somos mais infelizes, segundo a ciência. 16 janeiro 2020.
Indicações:
Commentaires