Estratégias de autocuidado para agentes da linha de frente das enchentes no Rio Grande do Sul
- Nádia Rocha

- 30 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de jun. de 2024
Contribuir para o bem-estar alheio em tempos de adversidade é uma fonte de realização e propósito inestimável. Contudo, estar na linha de frente de crises humanitárias, como as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, demanda um equilíbrio delicado entre a dedicação ao próximo e a atenção às próprias necessidades, a fim de evitar o desgaste emocional.

Com o início das inundações, testemunhamos uma onda de solidariedade, com esforços hercúleos para resgate, doações e abrigo. A magnitude dos eventos superou a capacidade de resposta imediata, levando muitos voluntários e profissionais a postergarem cuidados essenciais como sono, nutrição e descanso.
Ignorar as necessidades básicas pode comprometer a resiliência e a capacidade de recuperação, transformando a compaixão em fadiga e o altruísmo em burnout. A exposição contínua ao sofrimento alheio pode erodir a capacidade de desfrutar da vida e afetar profundamente o bem-estar.
Abaixo, citamos estratégias de autocuidado:
As técnicas de relaxamento são essenciais para promover o bem-estar físico e mental, especialmente em situações de alta tensão ou estresse. Entre elas estão: mindfulness, meditação, respiração diafragmática, automassagem, entre outros.
Compartilhar sentimentos
Dialogar sobre as vivências e emoções com pessoas de confiança é um passo importante para processar os eventos traumáticos e fortalecer o suporte social.
Realizar atividades regenerativas
Buscar o conforto de entes queridos e engajar-se em atividades que revigorem o espírito e o corpo é essencial para manter o equilíbrio emocional.
Atender às próprias necessidades básicas
É vital manter rotinas de sono reparador, alimentação balanceada e higiene pessoal. Mesmo em condições adversas, é crucial não negligenciar esses pilares de saúde.
Promover resiliência e autoeficácia
Buscar estratégias eficazes para enfrentar desafios e tomar decisões assertivas reforça a confiança e a capacidade de superação.
O Conselho Federal de Psicologia enfatiza a importância de planos de gestão focados na saúde mental dos trabalhadores, incluindo monitoramento e suporte adequado.
A fase aguda da crise pode ter passado, mas o trabalho de recuperação e apoio aos afetados continua. É crucial que haja uma coordenação efetiva e que cada indivíduo respeite seus limites, contribuindo para o esforço coletivo de maneira sustentável. E caso sinta a necessidade, busque ajuda de profissional de saúde adequado.
Referências:
BRONDANI, Ana Carolina. Cuidados em saúde mental de trabalhadores e voluntários nas ações de resposta às enchentes. Jornal da UFRGS, 29/05/2024.
FERREIRA, D. S. et al. Estratégias implementadas para promoção de autocuidado para agentes comunitários de saúde no Estado da Bahia: relato de caso. Revista FT, volume 27. 2 jun 2023.
Impacto das enchentes na saúde mental da população gaúcha. Agora RS, 29/5/2024.
MARACCINI, Gabriela. Psicólogos do RS oferecem atendimento voluntário para afetados pelas enchentes. CNN, 10/05/2024.







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